<p><b>Reuters -</b> Nas três semanas tumultuadas desde que começaram os protestos nas universidades dos Estados Unidos, a polícia apareceubwin nbadezenasbwin nbacampi para tirar os estudantesbwin nbaprisõesbwin nbamassa, aderindo a uma abordagem que muitos criminologistas consideram ultrapassada e contraproducente.</p>
<p>A políciabwin nbaNova York prendeu cercabwin nba300 pessoas na Universidadebwin nbaColumbia e no City Collegebwin nbaNova Yorkbwin nba30bwin nbaabril, durante protestos contra a guerrabwin nbaGaza, disparando granadasbwin nbaluz para atordoar e desorientar os manifestantes. Duas noites depois,bwin nbaLos Angeles, a polícia prendeu maisbwin nba200 pessoas na UCLA.</p>
<p>Em faculdadesbwin nbaConnecticut, Geórgia, Texas, New Hampshire ebwin nbaoutros lugares, dezenasbwin nbamanifestantes foram presos.</p>
<p>Especialistasbwin nbapoliciamento advertem contra tirar conclusões sobre cada intervenção policial, dizendo que é muito cedo para determinar onde a polícia pode ter agido precipitadamente. Essa pesquisa pode levar anos.</p>
<p>No entanto, uma análise inicial da abordagem dos protestos no campus sugere que a polícia,bwin nbamuitos casos, ainda não se desfezbwin nbamaneiras ultrapassadasbwin nbalidar com grandes manifestações, disseram. Eles acrescentaram que muitos departamentos demoraram a perceber as lições dos protestos por justiça racialbwin nba2020, quando a má conduta da políciabwin nbarelação aos manifestantes resultoubwin nbavários acordos legais multimilionários.</p>
<p>"O que não queremos é um grande númerobwin nbaprisõesbwin nbabaixa qualidade. Queremos um pequeno númerobwin nbaprisõesbwin nbaalta qualidade", disse Edward Maguire, professorbwin nbacriminologia da Universidade Estadual do Arizona.</p>
<p>A Reuters realizou entrevistas com 10 especialistasbwin nbacriminologia, policiamento, liberdades civis e direito, alémbwin nbaanalisar pesquisas recentes para esta reportagem.</p>
<p>Desde as primeiras prisõesbwin nbamassabwin nbaColumbia,bwin nba18bwin nbaabril, pelo menos 2.600 manifestantes foram detidosbwin nbamaisbwin nba100 protestosbwin nba39 Estados ebwin nbaWashington, D.C.,bwin nbaacordo com a The Appeal, uma organizaçãobwin nbanotícias sem fins lucrativos. As acusações são, embwin nbamaioria,bwin nbainvasãobwin nbapropriedade, com algumas por agressão a policial. Nova York também acusou os suspeitosbwin nbadanos criminais e roubo.</p>
<p>Alguns promotores estão arquivando os casos. Depois que a polícia a cavalo e vestida com equipamentobwin nbachoque interveio na Universidade do Texasbwin nbaAustinbwin nba25bwin nbaabril, os promotores do condadobwin nbaTravis retiraram as acusações contra 57 pessoas, alegando faltabwin nbacausa provável.</p>
<p>Criminologistas dizem que muitos casosbwin nbaprisõesbwin nbamassa são arquivados porque a polícia aplica declarações amplas e gerais, às vezesbwin nbalinguagem idêntica, a um grande númerobwin nbasuspeitos. Essas prisões também são propensas a varrer transeuntes ou pessoas acusadasbwin nbadelitos menores, como invasãobwin nbapropriedade.</p>
<p>Elas também podem ser contraproducentes, pois aumentam as tensões e geram animosidadebwin nbarelação à polícia, fornecendo aos manifestantes um gritobwin nbaguerra que alimenta protestos ainda mais inflamados, segundo especialistas.</p>
<p>A Universidadebwin nbaColumbia, que chamou a polícia duas vezes, não respondeu a um pedidobwin nbacomentário, mas a presidente da Columbia, Minouche Shafik, dissebwin nbauma notabwin nba18bwin nbaabril que solicitou à polícia que desocupasse o acampamentobwin nbaestudantes que durava um dia, dizendo que eles violavam várias regras, a fimbwin nbagarantir a segurança do campus.</p>
<p>A políciabwin nbaNova York não respondeu a um pedidobwin nbacomentário, masbwin nbauma coletivabwin nbaimprensa após a operaçãobwin nba30bwin nbaabril, o comissáriobwin nbapolícia Edward Caban disse que "a situaçãobwin nbaseus campi havia se deteriorado a pontobwin nbacolocarbwin nbarisco a segurançabwin nbaseus alunos, professores, funcionários e do público".</p>
<p>O Departamentobwin nbaPolíciabwin nbaLos Angeles encaminhou as perguntas às autoridades da UCLA, que não responderam.</p>
<p><b>RESPOSTA AO CASO GEORGE FLOYD EM 2020 - </b>Grande parte do pensamento atual sobre o policiamentobwin nbaprotestos foi moldado pelas manifestaçõesbwin nba2020, após o assassinatobwin nbaGeorge Floyd pela políciabwin nbaMineápolis, que desencadeou protestos globais contra a brutalidade policial e o racismo.</p>
<p>Um artigobwin nba2022 do Fórumbwin nbaPesquisa Executiva da Polícia, com sedebwin nbaWashington, que analisou a resposta das autoridades policiaisbwin nba2020, recomendou evitar prisõesbwin nbamassa sempre que possível e apelou à limitação do uso das chamadas munições “menos letais”, como gás lacrimogêneo e balasbwin nbaborracha.</p>
<p>Além disso, concluiu que a polícia deveria envolver-se mais com os manifestantes e dar prioridade ao estabelecimentobwin nbaconfiança e comunicação antesbwin nbafazer uma demonstraçãobwin nbaforça, por exemplo, utilizando equipamento anti-motim.</p>
<p>Outro relatóriobwin nba2022 do Instituto Nacionalbwin nbaPoliciamento ressaltou a importância da comunicação empática com os líderes dos protestos, utilizando investigação moderna sobre psicologiabwin nbamultidões, e restringindo o uso da força a “indivíduos e grupos específicos que cometem crimes, e não a grupos inteirosbwin nbamanifestantes”.</p>
<p>Em Denver, o chefe da polícia Ron Thomas disse ao Conselhobwin nbaSupervisão Cidadã que recusou um pedido do campus para tirar um acampamentobwin nbaprotesto pela segunda vezbwin nba26bwin nbaabril, depois que a primeira operação resultoubwin nba45 prisões.</p>
<p>Thomas disse que resistiria a futuras tentativasbwin nbadesmantelar o acampamento. “Eu sei que não existe uma maneira legalbwin nbafazer isso, a menos que eles realmente façam algo que crie uma reunião ilegal”, afirmou ele.</p>

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Mundo

Polícia dos EUA contraria orientação ao realizar prisõesbwin nbamassabwin nbaestudantes pró-Palestina

<p><b>247 - </b>Nesta sexta-feira (26), a Polícia Militarbwin nbaSão Paulo tomou a medidabwin nbaafastar os dois policiais militares ligados ao incidente no qual um homem negro foi atingido por spraybwin nbapimenta no rosto, mesmo estando imobilizado pelos agentes. Um vídeo da abordagem violenta, que ocorreu na terça-feira (23) na zona nortebwin nbaSão Paulo, se tornou viral nas redes sociais. Ao <a href="https://www.metropoles.com/sao-paulo/pm-afasta-policiais-que-jogaram-spray-de-pimenta-em-homem-imobilizado">Metrópoles</a>, a Secretaria da Segurança Pública (SSP)bwin nbaSão Paulo declarou: “a conduta dos policiais contraria os protocolos operacionais da PM, que instaurou um Inquérito Policial Militar para apurar os fatos". A SSP ainda disse que “não compactua com desviosbwin nbaconduta ou excessosbwin nbaseus agentes”</p>
<p>Um vídeo compartilhado pelo deputado estadual Renato Freitas (PT-PR) flagrou o momentobwin nbaque um policial militar espirra um jatobwin nbaspraybwin nbapimenta no rostobwin nbaum homem negro e o imobiliza pelo pescoço durante abordagem policialbwin nbaSão Paulo. De acordo com a denúncia recebida pelo deputado, a agressão teria começado após o homem receber a cobrançabwin nbaum aluguel que já estava pago. O cobrador era o ex-marido da proprietária do imóvel, que o ameaçou com uma faca. A Polícia Militar, então, teria sido acionada pelo próprio rapaz que era ameaçado. Entretanto, quando os agentes chegaram, ele passou a ser o alvo da abordagem.</p>
<div class="embed-block"><blockquote class="instagram-media" data-instgrm-captioned data-instgrm-permalink="https://www.instagram.com/reel/C6L6LfgrCDW/?utm_source=ig_embed&amp;utm_campaign=loading" data-instgrm-version="14" style=" background:#FFF; border:0; border-radius:3px; box-shadow:0 0 1px 0 rgba(0,0,0,0.5),0 1px 10px 0 rgba(0,0,0,0.15); margin: 1px; max-width:540px; min-width:326px; padding:0; width:99.375%; width:-webkit-calc(100% - 2px); width:calc(100% - 2px);"><div style="padding:16px;"> <a href="https://www.instagram.com/reel/C6L6LfgrCDW/?utm_source=ig_embed&amp;utm_campaign=loading" style=" background:#FFFFFF; line-height:0; padding:0 0; text-align:center; text-decoration:none; width:100%;" target="_blank"> <div style=" display: flex; flex-direction: row; align-items: center;"> <div style="background-color: #F4F4F4; border-radius: 50%; flex-grow: 0; height: 40px; margin-right: 14px; width: 40px;"></div> <div style="display: flex; flex-direction: column; flex-grow: 1; justify-content: center;"> <div style=" background-color: #F4F4F4; 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overflow:hidden; padding:8px 0 7px; text-align:center; text-overflow:ellipsis; white-space:nowrap;"><a href="https://www.instagram.com/reel/C6L6LfgrCDW/?utm_source=ig_embed&amp;utm_campaign=loading" style=" color:#c9c8cd; font-family:Arial,sans-serif; font-size:14px; font-style:normal; font-weight:normal; line-height:17px; text-decoration:none;" target="_blank">Uma publicação compartilhada por Renato Freitas (@renatofreitasumdenos)</a></p></div></blockquote> <script async src="//www.instagram.com/embed.js"></script></div>

Sudeste

PM afasta agentes envolvidosbwin nbaabordagem violenta com spraybwin nbapimenta contra homem negro

<p><b>Por Mariana Tokarnia, repórter da Agência Brasil - </b>“Um dia deu correria durante uma festa, minha amiga caiu no chão, eu levantei ela pelo cabelo. Depois a gente riu e depois a gente chorou”. O trecho é do livro Eu devia estar na Escola. A correria é por contabwin nbauma operação policial realizada no Complexo da Maré, complexobwin nbafavelas localizado na zona norte do Riobwin nbaJaneiro, e quem conta é uma criança.</p>
<p>O livro é uma parceria entre a ONG Redes da Maré e a editora Caixote, reúne depoimentosbwin nbacrianças e adolescentes da Maré,bwin nbasituaçõesbwin nbaviolência que viveram no próprio território. “Toda criança pode sentir medo, vai sentir medo e faz parte da vida da criança sentir medo. Mas é diferente sentir medo do monstro debaixo da cama oubwin nbaabrir o guarda-roupa à noite e sairbwin nbalá uma bruxa, e sentir medobwin nbaperder a vida, né? Esse medobwin nbaperder a vida elas não deveriam sentir”, diz uma das escribas do livro, Ananda Luz.&nbsp;</p>
<p>Ananda se identifica como escriba porque ela, junto com Isabel Malzoni, organizou os depoimentos e desenhos das crianças e adolescentes. Tanto que quando o livro ficou pronto e elas o apresentaram para as crianças que participarambwin nbatodo o processo, logo essas crianças identificaram aquela publicação como sendo também delas.</p>
<p>“Uma delas chegou para mim e falou assim, tia, esse é o nosso livro? Eu parei, sabe aquela coisabwin nbaparar dois segundos e falar, era isso. Eu queria que essas crianças falassem, esse é o nosso livro. Eu falei, sim, é o nosso livro. E aí quando eu abro e mostro para ela, ao mesmo tempo que ela lida, e é um assunto difícil, ela fica felizbwin nbaver como ela foi representada, com esse cuidado, com esse carinho, que é expresso desde o processo das falas delas aos desenhos dessas crianças ali”, disse Ananda.</p>
<p>O livro foi elaboradobwin nbaparceria com a ONG Redes da Maré. A história do livro começa muitos anos antes do lançamento,bwin nba2019, quando a ONG entrega ao Tribunalbwin nbaJustiça do Estado do Riobwin nbaJaneiro as cartas e os desenhos com depoimentosbwin nbacrianças sobre a violência que experienciaram. Isabel tem contato com o projeto e imediatamente vê o potencial para se tornar também um livro.</p>
<p>De acordo com dados organizados pela ONG Fogo Cruzado no portal Futuro Exterminado, 642 crianças e adolescentes com idades entre 0 e 17 anos foram baleadas no Grande Rio desde julhobwin nba2016. Isso quer dizer que,bwin nbamédia, a cada quatro dias uma criança ou adolescente é baleado. Dessas, 289 morreram.</p>
<p>Do total, quase metade das crianças ou adolescentes atingidos, o equivalente a 47,6%, foi ferida durante operações policiais. Os dados mostram ainda que um a cada três das crianças e adolescentes alvejados foi vítimabwin nbabala perdida. Eles estavam a caminho da escola ou da padaria, brincando no quintal ou correndo com amigos.</p>
<p>As cartas foram escritas pelas crianças após o assassinatobwin nbaMarcus Vinicius da Silva,bwin nba14 anos,bwin nba2018. Ele foi morto durante uma operação militar no Complexo da Maré quando estava a caminho da escola.</p>
<p><b>Elaboração do livro - </b>Ananda diz que seria difícil entrarbwin nbacontato com as crianças que escreveram as cartas, pois a intenção era proteger a identidade delas. As escribas, com o apoio da Redes da Maré passaram, então, a se reunir com crianças e adolescentes e a coletar novos depoimentos. Ao todo, foram ouvidas maisbwin nba200 que fazem partebwin nbaprojetos do Redes da Maré. As escribas queriam saber como elas viam as situaçõesbwin nbaviolência que ocorriam na favela.</p>
<p>“A gente nunca escuta as criançasbwin nbafato, né, a gente sempre acha que a gente consegue resolver aquelas crianças como adulto e, aí, o livro mostra que elas sabem que elas têm consciência do que atravessam elas e do que pode ser diferente né, então acho que também é um diálogo que é importante a gente trazer”, diz Ananda.</p>
<p>A partir das primeiras escutas, foi formado um grupo menor que passou a ser acompanhado diariamente. Foi desse grupo que saiu o livro. Eu devia estar na Escola reúne desenhos e depoimentosbwin nbacrianças e adolescentes moradores do Complexo da Maré sobre as violências que ocorrem sobretudo durante as operações policiais.</p>
<p>“É um livro que traz as vozes delas para falar sobre violência, porque as crianças têm a capacidadebwin nbafalar sobre o que afeta elas, sejabwin nbaforma negativa ou sejabwin nbaforma positiva. Então, também, eu acho que é um convocar que a gente precisa escutar mais as crianças. A gente precisa olhar com horizontalidade para o que ela diz e para que a gente possa também garantir que elas tenham essa cidadania plena garantida”, afirma Ananda.</p>
<p>A capa do livro é envolta por uma segunda capa, na qual estão trechos dos depoimentos das crianças que falam sobre medo. Nela está também um veículo policial blindado, conhecido como caveirão, apontado para as crianças. Quando essa capa é retirada, o cenário muda. As crianças estão felizes jogando bola e brincando.</p>
<p>“O livro tem esse esperançar, porque a gente via isso na criança que estava conversando com a gente, nos adolescentes, via que existia e existe possibilidadebwin nbamudança, eles mesmos apontavam. A Maré é um lugar legal pra se viver, eles apontavam isso pra gente. Aqui tem o melhor açaí do mundo, eu ouvi issobwin nbauma criança. A outra falou, eu amo jogar futebol na rua. E elas iam contando as coisas boas que tinham na Maré”, diz.</p>
<p>O livro está à venda pela <a href="https://editoracaixote.com.br/" target="_blank">editora Caixote</a>.&nbsp;</p>

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Polícia dos EUA contraria orientação ao realizar prisõesbwin nbamassabwin nbaestudantes pró-Palestina

PM afasta agentes envolvidosbwin nbaabordagem violenta com spraybwin nbapimenta contra homem negro

Crianças do Complexo da Maré relatam violência policial

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