Bolsonaro agiu no Planalto como se ali fosse a sede da milícia

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“A reunião está sendo gravada?” A pergunta vem do titular da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, que na reunião do dia 5bet365 passo a passojulhobet365 passo a passo2022, presidida por Jair Bolsonaro - então no cargobet365 passo a passopresidente da República -, está com a palavra, naquele momento. 

Jair Bolsonaro, a princípio, não ouviu ou fez que não ouviu o questionamento, o que leva Rosário a repetir: “está sendo gravada”?

Enérgico, tenso, nervoso, Bolsonaro responde: “Não. Eu mandei gravar a minha fala”.

Nesse instante a cena precisa ser congelada para o seguinte alerta: faz-se urgente que o Ministério Público Federal ou por iniciativa própria oubet365 passo a passoalguma autoridade, seja até mesmo o Procurador Geral da República, Paulo Gonet, entre imediatamente com uma açãobet365 passo a passoimprobidade administrativa contra Jair Bolsonaro. Sua fala foi uma confissão. 

Jair usou o Palácio do Planalto como “um próprio”, para proveito pessoal - a reunião nada tinhabet365 passo a passorepublicana - e o mais grave: com fim criminoso. Nem precisava desse adendo. O fatobet365 passo a passoter usado a casa mantida com os impostos do povo brasileiro, um patrimônio público, portanto, para proveitobet365 passo a passocunho pessoal já se enquadraria na Leibet365 passo a passoImprobidade Administrativa, que depois da reforme exige “dolo” comprovado. Pois concretude maiorbet365 passo a passodolo não pode haver, do que a confissão do autor: Jair Bolsonaro.

De forma covarde e traiçoeira, ele mente para os seus pares. Nega a gravação. Mente para os mesmos que estão ali, jurando fidelidade e apoio irrestrito àbet365 passo a passopermanência como chefe da nação. No caso específicobet365 passo a passoWagner Rosário, num puxa-saquismo explícito, ele acabarabet365 passo a passotecer uma intriga entre o palácio e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE),bet365 passo a passoque confirmou que o órgão não tinha competência técnica para participar da Comissãobet365 passo a passoTransparência das Eleições e pediu apoio da PF e das Forças Armadas, daí a preocupação com o que acabavabet365 passo a passoexpor.

A negativabet365 passo a passoBolsonaro sobre a gravação da reunião foi meticulosamente respaldada por seu ajudantebet365 passo a passoordens, que tratou dos mínimos detalhes da gravação e durante os dois últimos anos mantevebet365 passo a passoseu computador o arquivo contendo o vídeo que (omitiu embet365 passo a passodelação) e hoje nos traz a prova robusta sobre quem havia preparado as ações do golpe.

De costas para o pavilhão nacional e o símbolo da República, na liderança da mesa que comportava 35 participantes - é o que a imagem permite ver -, Bolsonaro comandou com toda a coleçãobet365 passo a passopalavrões que compõem o seu parco vocabulário, para dizer que todos os que estavam ali tinham a missãobet365 passo a passodefendê-lo, disseminando fake News, (recomendadas, pasmem, pelo seu ministro da Justiça, Anderson Torres). E, espumando e bufando, ameaçou, no melhor estilobet365 passo a passochefe da milícia: os que não topassem, estavam fora. 

A ameaça, tinha todos os componentes do método da milíciabet365 passo a passocontrolar os seus quadros. A sucessãobet365 passo a passo“prismas”, ou placasbet365 passo a passoidentificação, para os leigos, estavam todas voltadas para a direção da câmera,bet365 passo a passomodo a que pudessem ser focalizadas. Assim, garantiria que ninguém ali pudesse negar a participação no conluio. Houve toda uma preparação para deixar a todos tranquilos sobre o riscobet365 passo a passoestarem sendo gravados. Ao que tudo indica, foi usada uma câmera sobre um tripé. Para os que observam as imagens, existe um único foco, típicobet365 passo a passocâmera parada. E, o mais importante, ela não estava instalada dentro da sala. 

Havia um vidro entre os participantes e a câmera, como se ela estivesse instalada no corredor, e não no recinto da reunião. Deste modo, sobre um tripé e fora da sala, não seria possível perceber se estava ligada ou desligada. 

Para dar mais veracidade à afirmaçãobet365 passo a passoBolsonaro,bet365 passo a passoque não estavam sendo gravados, o “diretorbet365 passo a passocena”, ou ajudante-de-ordem, Mauro Cid, circulava entre os presentes, deixando claro que não estava operando o equipamento, que depoisbet365 passo a passoacionado pode trabalhar sozinho,bet365 passo a passoforma imperceptível. Digamos que tenha funcionado assim, daí a péssima qualidade do som.

Toda essa preocupação, contudo, pouco ou nada tem a ver com o fato grave e irrefutável: Bolsonaro usou as dependências do palácio do Planalto para uma reuniãobet365 passo a passointeresse exclusivamente dele e nada republicano. As luzes estavam acesas, o que nos leva a concluir que houve gastobet365 passo a passoenergia. Os garçons que serviam o cafezinho eram os da casa, como tudo o maisbet365 passo a passoequipo contido no recinto erabet365 passo a passopropriedade do povo brasileiro e do Estado. 

Para deixar bem claro, é bom lembrar o que lei que dispõe sobre as sanções aplicáveisbet365 passo a passovirtude da práticabet365 passo a passoatosbet365 passo a passoimprobidade administrativa, tratada no § 4º do art. 37 da Constituição Federal e detalhada na Lei nº 14.230,bet365 passo a passo2021 (assinada, portanto, por Jair Bolsonaro). 

No que diz respeito a Atosbet365 passo a passoImprobidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário: “permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie”. Se enquadrado nessa lei, Bolsonaro perde os direitos políticos, o que o deixa fora do cenáriobet365 passo a passocampanhas e outras atividades. Ninguém vai lamentar, não é mesmo?