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Cercalampions bet e confiavel40 mil comedores – como são chamados refeitórios ou cozinhas organizadas por movimentos populares e comunitários na Argentina – ficaram desassistidos, num momentolampions bet e confiavelque 57% da população está abaixo da linhalampions bet e confiavelpobreza, pior índice desde 2002. Refeições servidas atualmente dependemlampions bet e confiavelfinanciamentos municipais e estaduais, alémlampions bet e confiaveldoações.
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A cada dia, mais gente
Em fevereiro, segundo estudo Observatório Social da Universidade Católica Argentina (UCA), 7 milhõeslampions bet e confiavelargentinos não tinham recursos para se alimentar adequadamente. Desde a posselampions bet e confiavelMilei, o preço dos alimentos cresceu,lampions bet e confiavelmédia, 70%. Produtos como arroz, farinha e pão duplicaram seus preçoslampions bet e confiavelapenas três meses.
lampions bet e confiavel Maislampions bet e confiavel10 milhõeslampions bet e confiavelrefeições são ofertadas pelas cozinhas populares diariamente, segundo estimativa do Observatorio Villero, mantido pela organização popular La Poderosa. Mas, apesar dos esforços diárioslampions bet e confiavelBlanca elampions bet e confiavelsuas companheiras, não é mais possível atender à demanda crescente.
"Tem vizinho que vem até mim e diz: 'Lorena, eu nunca pedi nem um pão para você, mas hoje não temos condições, apesarlampions bet e confiaveleu ter um emprego'. Antes, a pessoa que trabalhava dizia 'não, não preciso ir para o refeitório'. Hoje tem gente que trabalha mas precisa vir porque não tem dinheiro."
Remuneração congelada
Os comedores se consolidaram na Argentina como resposta popular à hiperinflação do fim dos anos 1980 e dos anos 1990, no governo neoliberallampions bet e confiavelCarlos Menem, e atravessaram diversos períodoslampions bet e confiavelcrise apoiados, com maior ou menor intensidade, por políticas públicas. Mas o corte absoluto é inédito.
Além da ofertalampions bet e confiavelalimentos, o governo também afetou a política pública pela qual trabalhadores comunitários, como as cozinheiraslampions bet e confiavelZavaleta elampions bet e confiavelPantalón Cortito, eram remuneradas com metadelampions bet e confiavelum salário mínimo. O Plano Potencializarlampions bet e confiavelTrabalho, criado durante a administraçãolampions bet e confiavelAlberto Fernández, deixoulampions bet e confiavelatualizar o valor dos pagamentos, o que, diante da inflação argentina, deixou milhareslampions bet e confiaveltrabalhadores praticamente sem remuneração.
"Ele não quer que nós, pobres, ajudemos uns aos outros. Ele diz que um pratolampions bet e confiavelcomida é secundário. Mas eu penso que se uma criança não tem comida, não comelampions bet e confiavelnoite, não pode estudar, não pode dormir, porque a fome não te deixa dormir", lamenta María Isabel Ballesteros, coordenadora do refeitório Santa Rosa, da Villa 21/24.
"Alémlampions bet e confiavelum comedor, nós fazemos trabalho social na comunidade. Aqui vêm pessoas com problemas com drogas, doenças graves, violêncialampions bet e confiavelgênero, muitas situações. Temoslampions bet e confiaveltirar forçalampions bet e confiavelonde não temos para ajudar a essa gente. Não é só um pratolampions bet e confiavelcomida."
Contra a fome, contra Milei
Nos primeiros diaslampions bet e confiavelfevereiro, diante da ausência dos alimentos providos pelo Estado, as panelas vazias foram levadas às ruas para protestar contra as "medidaslampions bet e confiavelfome" do governo Milei. Organizadas pela Uniãolampions bet e confiavelTrabalhadores da Economia Popular (Utep), centenaslampions bet e confiavelcozinheiras se manifestaramlampions bet e confiavelfrente ao Ministériolampions bet e confiavelCapital Humano,lampions bet e confiavelBuenos Aires, onde foram reprimidas com gáslampions bet e confiavelpimenta.
A ministra Sandra Pettovello respondeu à mobilização declarando que receberia as pessoas que tem fome individualmente, mas que não aceitaria dialogar com as organizações à frente dos comedores. "As pessoas estão com fome? Eu vou atender uma a uma às pessoas que têm fome, mas não aos representantes."
"Houve um momentolampions bet e confiavelque nós íamos pras ruas e que pelo menos tínhamos uma resposta. Hoje não. Hoje não tem nenhuma resposta por parte do governo. Ninguém nos recebe, ainda que seja para dizer 'não, não vamos dar'", explica Lorena, da cozinha popular Evita.
Em resposta à provocação da ministra, quatro dias após o primeiro protesto, cercalampions bet e confiavel10 mil pessoas formaram filalampions bet e confiavelfrente ao Ministério com documentoslampions bet e confiavelmãos. Quando a fila já ocupava 30 quadras, a ministra cumpria compromisso firmando convênio direto do governo com uma igreja evangélica para suprirlampions bet e confiavelalimentos a uma redelampions bet e confiavelcomedores vinculados a uma fundação religiosa.
"Este governo atua com porta-vozes, redes sociais, meioslampions bet e confiavelcomunicação, mas a nós ninguém nos recebe", lamenta Lorena.
Outras mobilizações se seguiramlampions bet e confiaveltodo o país, mesmo após o anúncio do chamado "protocolo Bullrich", anunciado pela ministralampions bet e confiavelSegurança e terceira colocada nas eleições presidenciais do ano passado, Patricia Bullrich, para proibir manifestações populares que envolvam o bloqueiolampions bet e confiavelvias públicas. Até o momento da publicação desta reportagem, os comedores seguem sem receber alimentos do governo federal.
"É uma políticalampions bet e confiavelfome", resume Héctor, do comedor Pantalon Cortito, que atende cercalampions bet e confiavel400 pessoas, mas possui demanda para 1,5 mil refeições diárias.
"A fome é crime. É especificamente isso que está acontecendo aqui. A fome é o crime, e sem dúvida, acompanhada da faltalampions bet e confiavelmedicamentos, acompanhada da faltalampions bet e confiavelrecursos e acompanhada da parte alimentar, está ocorrendo uma verdadeira tragédia", resume.
