Cacau, coronéis e cangaceirosgalera bet depositouma mesma publicação que marca a chegada da nova literatura do Sul da Bahia
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Por Lourival Jacome* - Primeiro evento do gênero na região este ano, o escritor, historicista e jornalista Roberto R. Martins, lançou no último dia 1ºgalera bet depositomarçogalera bet depositoBelmonte, distante 576 quilômetrosgalera bet depositoSalvador, seu novo livro impresso, um romance histórico ambientado na região Sul da Bahia, tendo como enredo a atuação dos utilizadores da clavina como ferramentagalera bet depositotrabalho dentro da cultura do cacau, reunindo jagunços, coronéis, ex-escravos e indígenas, personagens com cadeira cativa na memória afetivagalera bet depositomilharesgalera bet depositobrasileiros. “OS CLAVINOTEIROS DE BELMONTE - Uma história dos cangaceiros do cacau”, vai às livrarias pelas mãosgalera bet depositojovens editores, marcando a chegada da nova literatura do Sul da Bahia.Em pré-lançamento na primeira semana deste mês, o livro foi bem recebido nos meios culturais. Além do encantamento do enredogalera bet depositosi, este títulogalera bet depositoRoberto R. Martins encerra um imenso conjuntogalera bet depositoinformações, seja do próprio conteúdo,galera bet depositoconhecido perfil literário, muitas vezes testado e apreciado pelo universo literário do país, ou do próprio escritor egalera bet depositonova editora.
O impulso para escrever o livro publicado pela Editora Mondrongo tem ligação direta com a intimidade e vivência do autor com a região Sul da Bahia, da qual conhece história e realidadegalera bet depositooitiva egalera bet depositovida. Entretanto, o maior estímulo para elaboração da narrativagalera bet depositotorno dos clavinoteirosgalera bet depositoBelmonte é quase uma ordem do passado, oriunda do principal expoente da literatura nacional. Em seu conto a “A cançãogalera bet depositopiratas”, ainda por voltagalera bet deposito1894, Machadogalera bet depositoAssis determina:
“...Sim, meus amigos. Os dois mil homens do Conselheiro, que vãogalera bet depositovilagalera bet depositovila, assim como os clavinoteirosgalera bet depositoBelmonte, que se metem pelo sertão, comendo o que arrebatam, acampandogalera bet depositovezgalera bet depositomorar, levando moças naturalmente, moças cativas, chorosas e belas, são os piratas dos poetasgalera bet deposito1830. Poetasgalera bet deposito1894, aí tendes matéria nova e fecunda. Recordai vossos pais; cantai, como Hugo, a canção dos piratas...”
Sob essa perspectiva não seria exagero afirmar que estamos diantegalera bet depositoestimulante presente para quem aprecia a literatura da região do cacau, outrora reverenciada pelo conteúdo específico e diferenciado, disseminadorgalera bet depositoimpulsos positivos diversosgalera bet depositofavor da cultura nacional. Provavelmente a intenção do autor era pura e simplesmente agalera bet depositolevar o conteúdo da melhor forma possível ao seu leitorgalera bet depositopotencial. Contudo, pelo seu perfil da publicação, comgalera bet depositocuidadosa e moderna escrita, que carrega ainda respeito implícito à inteligência do leitor, o livro chega com cacife para ocupar, juntamente com outras publicações, um vácuo existente na cultura do Sul da Bahia após alguns anosgalera bet depositodesestímulo egalera bet depositoostracismo, haja vista a reediçãogalera bet depositotítulos inspirados na cultura regional por emissorasgalera bet depositoTV.
A narrativagalera bet depositoRoberto R. Martins começa a partir da açãogalera bet depositoum certo professor Tavares, um contadorgalera bet depositocausos da regiãogalera bet depositoPorto Seguro. A história, com seus paradoxos, ganha cursogalera bet depositosete capítulosgalera bet depositotextos super dinâmicos,galera bet depositoestilo direto e popular,galera bet depositoprosa levíssima, contaminada positivamente pelo cenário do Sul da Bahia, com suas tradições e herança genética do ambiente do chamado ouro negro, como já era conhecido o cacau pelos coronéis e agentesgalera bet depositomercado egalera bet depositobolsasgalera bet depositocommodities. Porgalera bet depositovez, a crítica social e política inclusa surge enfáticagalera bet depositoalguns pontos. Em uma para o todo, vem à tona a impressão, ainda superficial,galera bet depositoque o autor sabia onde a saga tinha início, mas não tinha a menor ideiagalera bet depositoonde ela se encerraria e se seriagalera bet depositoagrado do leitor.
No desenrolar, os clavinoteiros liderados por Argemiro, a serviço do malvado coronel Zé Capião, irmão do advogado Cesar Meneghetti, ambos filhos do coronel Juvenal Meneghetti, um dos primeiros exploradores a chegar a esta região, são personagens centrais da história que atravessa gerações,galera bet depositotemposgalera bet depositodisputas que envolvem, além dos próprios jagunços, cangaceiros, clavinoteiros, os ex escravos, índios botocudos, retirantes, e subliminarmente a classe política da Bahia, à qual os coronéis eram alinhados e mandantes contumazes. Neste ponto outra vez se evidencia a crítica social e política do autor, ao traduzir aspectosgalera bet depositoum tempo onde os direitos eram propriedade dos coronéis, que reinavam absolutos, definindo as relações sociais da época ao impor e usufruirgalera bet depositoregras que avançavam sobre direitos gerais individuais e específicos direitos da personalidade, a exemplo do direito à primeira noite com a noiva, (jus primae noctis) ato a que fazia jus o machista coronel, simplesmente por ser coronel, dono das propriedades, dono das instituições, dono das leis, praticamente dono das pessoas a seu serviço.